Santiago de Compostela é um dos três locais de
peregrinação mais importantes dos cristãos, depois de Jerusalém e Roma. Eles
são muito diferentes, hoje, por que a peregrinação a Santiago começou a seguir
alguns dos seus caminhos. Inicialmente, a peregrinação motivou um ato de fé
cristã, mas hoje a motivação pode ser uma promessa, uma oferta, uma penitência,
uma forma de descoberta interior ou simples turismo (muito enriquecedor para o
corpo e a alma).
Nos últimos séculos, no auge máximo da rota de
peregrinação (XIV e XV) nasce uma outra forma de peregrino, uma espécie de
peregrino que fez a viagem em nome de uma terceira pessoa que por algum motivo
não poderia cumprir esse dever. Estes peregrinos eram conhecidos pelo nome de
"Palmeros", por trazer uma palma como sinal da sua Romaria. A
aparência do peregrino evoluído ao longo do tempo para adquirir a sua imagem
final e facilmente reconhecível que consiste de uma capa longa, com um saco de
couro, uma cabaça oca que servia como o recipiente para transporte de água
fresca e uma concha ” A Vieira”. Normalmente, a concha era um
acessório que só deveria levar os peregrinos que já atingiram seu objetivo
chegar a Santiago de Compostela e já estavam de volta ao seu lugar de origem.
Isso é chamado de "Pecten maximus" e simboliza generosidade,
uma virtude que a partir do momento que ele tinha chegado ao fim da estrada
deve acompanhá-lo pelo resto de seus dias. Na forma da concha (vieira), você
quer ver uma mão aberta, um símbolo de tal generosidade.
Uma outra versão está ligada à chegada
do corpo de São Tiago trazido pelos seus discípulos Teodoro e Atanásio em um
barco de Pedra, sem leme, nem vela, guiados por um anjo à Vila de Arosa,
atualmente Vilagarcía de Arousa,
Pontevedra. No ano de 1532 apareceu a primeira narração sobre em suposto
milagre que havia originado esse antiquíssimo costume. Segundo ela, um príncipe
vinha cavalgando partindo de terras longínquas com o único objetivo de conhecer
e orar frente a tumba do Apostolo Santiago quando sofreu um ataque de uma
serpente. O seu cavalo começou a corcovear e pondo-se a galope correu com a sua
montaria em direção ao mar. O animal arrojou-se à água com o seu cavalheiro, o
príncipe a ponto de afogar encomendou sua alma a Santiago. Minutos depois, seu
corpo emergiu das águas totalmente coberto de conchas de vieira. A partir desse momento os peregrinos a Santiago se
identificaram com as conchas marinhas.
A origem verdadeira, sem
embargo, parece derivar-se do fato que os peregrinos que regressavam de
Finisterra - fim do mundo conhecido naquela época - deviam mostrar aos seus
familiares e amigos, alguma prova ou símbolo que testemunhasse haver cumprido
com êxito a sua peregrinação até Compostela. O mar era um grande desconhecido
dos europeus habitantes da parte central, como eles sabiam que o Santo Sepulcro
de Santiago se achava bem perto da costa, nada mais justo que os peregrinos, ao
retornarem às suas casas, levasse uma concha como recordação.. Daí veio o
costume de colherem uma concha junto ao mar de que se acercavam depois de haver
orado junto a tumba do Apostolo.
Dessa aventura marítima, nasce o mito
que fez das conchas de vieira um dos símbolos dos peregrinos à Santiago de
Compostela.. É assim que desde a Idade Média, a concha de vieira, posta no
peito, se tornou a marca inequívoca que permitia o acesso às hospedarias.
Anos depois, as conchas passaram a ser
comercializadas em diversos locais do caminho, inclusive em frente a Catedral,
fabricando-se como recordação em diversos materiais
Atualmente a simbólica “Compostela” é um diploma que todos peregrinos recebem ao completar
o caminho de Santiago ou parte dele (pelo menos 100 Kms).
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